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Na performance Figuras e Fantasmas, três performers,
um ao lado do outro, colocam-se diante do público. No chão, à frente deles,
estão dispostas peças de roupas, acessórios e objetos. A ação proposta é trocar
de roupa e, a cada troca, criar uma figura. As roupas e acessórios são
utilizados das mais variadas formas possíveis, calças, camisas, vestidos,
casacos, meias, perucas, chapéus, camisetas, gravatas e outras peças que não
são exatamente roupas, mas podem ser vestidas, ou associadas ao corpo. Nesse
vestir e desvestir surgem figuras, composições são feitas e desfeitas, a tarefa
é compor uma figura e, logo em seguida, ficar diante do público em
exposição. Depois de um tempo, desvestir-se e, mais uma vez, vestir-se com uma
nova combinação e assim por diante. Não há urgência nessa tarefa, o tempo da troca de roupa e o
de expor-se para o público varia, e cada performer,
sem perder a consciência do conjunto, segue seu ritmo pessoal. Cada peça
vestida implica em uma ação diferente, portanto a tarefa não é mecânica. As
combinações de roupas que cada performer
faz em seu corpo resultam em figuras que, de certo modo, indicam-lhe um
comportamento que pode ser explorado ou não.
Na
performance Figuras e Fantasmas toda
a preparação, como dobrar e distribuir as roupas no chão, é feita diante do
público. Depois, quando começamos, colocamo-nos perfilados com nossas roupas
pessoais, o público nos olha e é olhado por nós.
Olhar e ser olhado são
elementos importantes em Figuras e Fantasmas. Não basta estar em
exposição para ser visto, é, também, preciso olhar para o público. Os performers e seus corpos expostos devolvem para o
espectador o olhar, e isso faz com que esse corpo deixe de ser mero objeto
exposto. Se, por sua vez, as imagens não param de aparecer e desaparecer se
oferecendo para serem vistas pelo espectador, o olhar devolvido propõe, ao
mesmo tempo, uma reciprocidade na exposição desses dois polos.
In the performance Figuras e Fantasmas, items of clothing, accessories and objects are arranged on the ground. Performers positioned next to each other put on the clothes and objects in as many ways possible for two hours. They become figures, each remaining on display for a few minutes to be seen by the audience.
A figure is the visible surface of a character, its external appearance. The boundary separating a subjective interior from an exterior is thus revealed to be looked at.
For the performer, these figures constantly emerging from the body during the performance, through the use of clothing, objects and accessories, are an almost undeniable invitation to act, to play a part. In other words, they provide this exterior with the possibility of an interior.
The figures that we create during this performance are like phantoms of ourselves, emerging and subtly changing our presence during the period of the exhibition.
Figuras e Fantasmas, Pinacoteca Barão de Santo Angelo, 2011. Participação Thiago Pira e Julia Rodrigues
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Fotografia: Juliana Lima
Figuras e Fantasmas, Fundação Vera Chaves Barcellos, 2011.
Participação: Thiago Pirajira e Julia Rodrigues
Fotografia: Juliana Lima
Fotografia: Elaine Tedesco
Figuras e Fantasmas, Fundação Vera Chaves Barcellos, 2011.
Participação: Thiago Pirajira e Julia Rodrigues